Almada Negreiros
Biografia
José Sobral De Almada Negreiros nasceu no dia 7 de Abril de 1893 em S. Tomé. Filho de António Lobo de Almada Negreiros e de Elvira Sobral, Almada fica órfão de mãe quando tinha apenas três anos e, em 1900, com sete anos, é internado num colégio de jesuítas em Lisboa, pois o seu pai fixa residência em Paris e acaba por se casar novamente. A infância longe dos pais não afetou os dotes artísticos de Almada Negreiros, pois em 1905, com apenas 12 anos, já redige e ilustra os jornais manuscritos "A República" e o "O Mundo". Em 1910, com a instauração da República, o Colégio dos Jesuítas onde estudava é extinto. Almada passa então a estudar no Liceu de Coimbra. Em 1911 vai para Lisboa e ingressa na Escola Internacional. A partir daí começa uma verdadeira campanha cultural que tem o objetivo de tirar Portugal do seu descompasso com os movimentos de vanguarda que estavam a acontecer no resto da Europa.
"Pela sua obra plástica, que o classifica entre os primeiros valores da pintura moderna; pela sua obra literária, que vibra de uma igual e poderosa originalidade; pela sua ação pessoal através de artigos e conferências - Almada-Negreiros, pintor, desenhador, vitralista, poeta, romancista, ensaísta, crítico de arte, conferencista, dramaturgo, foi, pode dizer-se que desde 1910, uma das mais notáveis figuras da cultura portuguesa e uma das que mais decisivamente contribuíram para a criação, prestígio e triunfo de uma mentalidade moderna entre nós". Assim apresenta Jorge de Sena, no primeiro volume das Líricas Portuguesas, o homem que, com Fernando Pessoa e Mário de Sá-Carneiro, mais marcou plástica e literariamente a evolução da cultura contemporânea portuguesa.
A sua actividade, no final dos anos 50, incide na decoração de obras, como sejam:
- Painéis para o Bloco (Edifício) das Águas Livres e frescos para a Escola Patrício Prazeres (1956);
- Decoração das fachadas dos edifícios da Cidade Universitária (1957);
- Cartões de tapeçaria para a Exposição de Lausanne, o Tribunal de Contas e o Hotel de Santa Luzia de Viana do Castelo (1958) e o Palácio da Justiça de Aveiro (1962);
Realiza as suas últimas obras em 1969 - o painel Começar no átrio da Fundação Calouste Gulbenkian, começado no ano anterior, e os frescos Verão na Faculdade de Ciências da Universidade de Coimbra. Em 15 de Junho de 1970 morre no Hospital de São Luís dos Franceses, no mesmo quarto em que tinha morrido Fernando Pessoa.
Livros escritos por Almada Negreiros
Poemas escritos por Almada Negreiros
A Taça de Chá
Canção
Canção da Saudade
Ciúmes
O Echo
Primavera
Primeira Manhã
Ruinas
Sèvres Partido
Trevas
Informações adicionais
É célebre a sua visão:
Eu não pertenço a nenhuma das gerações revolucionárias. Eu pertenço a uma geração construtiva.